segunda-feira, 19 de maio de 2008

Resenha sobre parte A da tese de Pieruccini- Karen

Sinto pelo atraso, mas o tempo de 'ruminar' demitiu o tempo cronológico...

PIERUCCINI, Ivete. A ordem informacional dialógica: estudo sobre a busca da informação em Educação. Tese apresentada a ECA-USP, 2004. Orientador: Edmir Perrotti. P.8-49

Poderia aqui tomar muito espaço (como tenho feito) e comentar parte por parte do capítulo primeiro da tese da professora Ivete Pieruccini . Desta vez, prefiro ir ao ponto que, após alguma reflexão, creio ser o ‘X’ da questão, ou um dos...
Após termos tido a última aula do professor Perrotti, na qual expôs com clareza a condição dos objetos culturais como portadores de sentido inscritos em protocolos que o próprio objeto contém (estes ‘protocolos- pistas’ constroem percursos que podem orientar o receptor),pude melhor compreender a importância da citação de Hannah Arendt no capítulo sobre a busca da informação em educação na tese em questão.
Na contemporaneidade , quando o mercado confunde criação com produção e receptor com consumidor, acaba ocorrendo um relativismo cultural onde não há mais diferença de valor e tudo acaba se equivalendo.
Aprender a ler estes protocolos (aos quais estão atribuídos significados maiores) seria ,em última instância, a competência de se posicionar numa busca, em nossa sociedade da informação globalizada, e questionar valores.
É preciso alertar para a diferença entre tratar as informações e construir conhecimento.Se os protocolos acima mencionados não se entregam automaticamente ao receptor, serão necessárias, de acordo com Perrotti e Pieruccini, aprendizagens informacionais dentro do discurso de competências na Educação.
Para tanto, é preciso ir além das competências (que serão um meio, mas não o fim) somando- se a elas atitudes.
Ter condições de buscar o eu e o mundo numa biblioteca- incluindo sua condição de signo-, por exemplo, será mais do que ser educado como usuário .Para o sucesso da busca num mar de informação,e cada um respeitando seus valores e experiências, há que se religar ‘o fio rompido com a tradição’, segundo o pensamento de Hannah Arendt .E nisto,creio, a mediação do infoeducador poderá ser útil como uma bússola .