domingo, 11 de maio de 2008

Resumo do Perrenoud - Cris

Olá pessoas,

Feliz dia das mães!

Beijos

PERRENOUD, P. A noção de competência. In: PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999. p. 19-33.


Tendo como objetivo “avançar e conservar uma definição explícita, sem afastar-se de um dos significados vigentes” de competência, Perrenoud inicia o capítulo afirmando que não existe definição clara e partilhada das competências e recusando três versões aceitáveis da noção de competência: a competência por objetivos, a oposição entre a noção de competência e de desempenho, e por último, a concepção clássica que considera a competência uma faculdade genérica.

Para o autor, as competências são aquisições, aprendizados construídos. Ele prova sua tese utilizando exemplos de aprendizagem onde as competências são construídas e reinventadas, como a ensino das línguas estrangeiras. Perrenoud mostra que os esquemas são essenciais quando falamos de competência: “um esquema é uma totalidade constituída, que sustenta uma ação ou operação única, enquanto uma competência com uma certa complexidade envolve diversos esquemas de percepção, pensamento, avaliação e ação, que suportam inferências, antecipações, etc.”

Outra questão levantada pelo autor no texto refere-se à relação entre competência e savoir-faire. Apesar de sua noção ambígua, o autor a utiliza como um savoir y faire, um esquema com certa complexidade, pois: já existe no estado prático, sem estar sempre associado a um conhecimento procedimental; todo savoir-faire é uma competência, ressaltando que uma competência pode ser mais complexa e flexível do que um saber-fazer; e um savoir-faire pode funcionar com recurso mobilizável por uma ou mais competências de nível mais alto. Dentro dessa questão Perrenoud trabalha também com a mobilização, lembrando a importância desse recurso para a competência e insistindo na necessidade de entender a competência como algo complexo que tanto “pode mobilizar recursos ou funcionar como recurso em proveito de uma competência mais ampla.”

As analogias e conjuntos de situações merecem destaque dentro do texto, pois nos permite refletir sobre a “quantidade” de competências necessárias ao ser humano ao longo da vida. Perrenoud mostra que nossas competências são construídas ao longo da vida, algumas sendo mais utilizadas e enriquecidas, como as competências profissionais, enquanto outras são construídas para uma situação única. Para esse incessante exercício, a competência em detectar analogias é importantíssima, uma vez que as analogias operadas e os recursos que elas permitem mobilizar não levam, em geral, a construir imediatamente uma resposta adequada a uma situação nova, mas sim lançam um trabalho de transferência.

O autor termina o texto mostrando que a competência “não se forma com a assimilação de conhecimentos suplementares, gerais ou locais, mas sim com a construção de um conjunto de disposições e esquemas que permitem mobilizar os conhecimentos na situação, no momento certo e com discernimento”. Para que isso ocorra é necessário uma evolução do sistema educacional rumo ao desenvolvimento de competências. Evolução difícil, pois exige transformações drásticas no sistema educacional. Transformações que afetam todos os envolvidos e geram muita resistência.

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