domingo, 30 de março de 2008

O adolescente como protagonista_Resumo de Renata Sant’Anna

Universidade de São Paulo - Escola de Comunicação e Artes (ECA)
Departamento de Biblioteconomia da USP
Disciplina : Infoeducação:acesso e apropriação de informação na contemporaneidade
1º. semestre 2008.
Prof. Dr. Edmir Perroti
Resumo de Renata Sant’Anna
O adolescente como protagonista
Antonio Carlos Gomes da Costa

Antonio Carlos Gomes apresenta, em seu texto O adolescente como Protagonista, as definições de protagonismo juvenil, explicando, inicialmente, o significado da palavra protagonismo para clarear a origem do termo e sua relação com o conceito: o jovem “é o ator principal no processo de seu desenvolvimento.” (GOMES,2007,p.1)
Segundo o autor, a idéia de protagonismo juvenil nasceu da necessidade de suprir a lacuna teórico-prática no campo da educação e tem como principal objetivo a “participação ativa, construtiva e solidária” dos jovens na solução de problemas reais no contexto de suas vidas.
Em seu texto, Gomes declara que :
“...quando o adolescente, individualmente ou em grupo, se envolve na solução de problemas reais; atuando como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso;temos, diante de nós, um quadro de participação genuína no contexto escolar ou sócio-comunitário, o qual pode ser chamado de protagonista juvenil.”(GOMES,2007,p.1)
Após essas conceituações, o autor afirma que para tornarmos possível uma pedagogia sob a perspectiva do protagonismo juvenil é necessário olharmos para os adolescentes de uma nova maneira, isto é, não mais como um problema, mas como solução.
Além disso, para que o educador atue segundo as diretrizes do protagonismo juvenil, não basta que ele conheça as noções dessa prática pedagógica, mas que esteja envolvido com a proposta de, por meio de seu trabalho, “contribuir para a construção de uma sociedade que respeite os direitos de cidadania e aumente progressivamente os níveis de participação democrática de sua população.”(GOMES,2007,p.2). Para tanto, é necessário uma postura diferenciada do educador. A ele caberá propiciar situações, permitindo aos adolescentes vivências e práticas que possibilitem a eles uma participação autêntica nos seus processos de desenvolvimento pessoal e social.


Segundo Gomes:
“Educar para a participação é criar espaços, para que o educando possa empreender, ele próprio, a construção de seu ser. Aqui, mais uma vez, as práticas e vivências são o melhor caminho, já que a docência dificilmente dará conta das múltiplas dimensões envolvidas no ato de participar.” (Gomes, 2007,p.1)
O autor aponta, então, que existe a necessidade de um compromisso do educador com a proposta pedagógica e que esta exige uma mudança nas formas de atuação docente. Segundo ele, o papel do educador se modifica, pois ele “já não pode mais limitar-se à docência.”(GOMES,2007,p1,2)
Sob essa perspectiva ele declara:
“Mais que ministrar aulas, ele deve atuar como líder, organizador, animador, facilitador, criador e co-criador de acontecimentos, por meio dos quais o educando possa desenvolver uma ação protagônica.” (GOMES,2007, p.2)
É importante salientarmos que a necessidade de mudança na atuação do professor, também é apontada por Lévy, quando se refere às adequações necessárias à realidade escolar depois do dilúvio de informações provindas da internet.
“... a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de um animador de inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc. (LÉVY, 1999, p.171)
Embora os dois autores tenham pontos de partida diferenciados, percebemos que as propostas para o desenvolvimento das “novas” pedagogias, em ambos os casos, apóiam-se na atuação do professor e têm como atenção central os jovens, pois Levy declara que foram eles os protagonistas do uso da internet. A proposta de educação apresentada por Gomes tem como ponto central o potencial criador e a força transformadora dos jovens. Sob esse aspecto, as relações estabelecidas pelos autores se tangenciam.
Gomes organiza em seu texto as estratégias de atuação e algumas posturas do educador frente ao protagonismo juvenil, apresentando uma espécie de metodologia deste trabalho, relacionando atitudes que os educadores nele envolvidos devem seguir, dentre elas: acolher as manifestações dos grupos de jovens e propiciar aos educandos a oportunidade de pensar e agir livremente.
Finalizando, o autor declara que essa maneira de trabalhar possibilita a formação de um “jovem solidário, autônomo, competente e participativo.”(GOMES,2007,p.3)

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