Olá pessoal,
aí estão as resenhas.
Feliz Páscoa!
LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, 34, 1999.
Cibercultura, de Pierre Levy, é um tratado sobre a cibercultura e os seus aspectos na vida cotidiana. Dividido em três partes: definições, proposições e problemas, o livro faz uma análise abrangente de como a cibercultura já está inserida em diversos setores da sociedade.
A primeira parte, Definições, traz os significados para os termos usados correntemente na Internet. Traz ainda exemplos práticos dos usos dessas novas tecnologias e uma comparação muito pertinente da maneira utilizada quando a Internet ainda não era uma realidade.
A segunda parte, Proposições, analisa, a partir do conceito de universal sem totalidade, o impacto causado pela cibercultura dentro de diversos setores da sociedade, como a arte, a música e, sobretudo a educação. Em relação à educação, o autor amplia a discussão, trazendo num dos capítulos a análise das chamadas árvores de conhecimentos.
Em Problemas, a terceira parte do livro, o autor tenta analisar os aspectos negativos da cibercultura, mas se atém à discussão das críticas provocadas por ela. Levy divide essas críticas em três: crítica da substituição, onde o autor tenta mostrar que “é um erro pensar que o virtual substitui o real, ou que as telecomunicações e a telepresença vão pura e simplesmente substituir os deslocamentos físicos e os contatos diretos” (o autor critica pensadores como Paul Virilio e Nicolas Negroponte); crítica da dominação, onde Levy mostra que o dinamismo da cibercultura está relacionado ao entrelaçamento e à manutenção de uma dialética da utopia e dos negócios; e crítica da crítica, onde o autor analisa as funções do pensamento crítico e defende que a crítica está se tornando conservadora. Levy apresenta também algumas perguntas sobre a problemática da cibercultura e sugere algumas respostas que incitam à reflexão.
Na conclusão, o autor enfatiza o conceito de universal sem totalidade e defende a existência de três grandes etapas da história: “a das pequenas sociedades fechadas, de cultura oral, que vivem uma totalidade sem universal; - a das sociedades ‘civilizadas’, imperialistas, usuárias da escrita, que fizeram surgir um universal totalizante; e - da cibercultura, correspondendo à globalização concreta das sociedades, que inventa um universal sem totalidade”. (p. 248).
VIRILIO, Paul. Estratégia da decepção. São Paulo, Estação Liberdade, 2000. 93p.
Reunião de quatro crônicas, a maioria escrita durante o conflito em Kosovo, Estratégia da decepção traz a análise dos atos cometidos pelos Estados Unidos, o papel desempenhado pela OTAN e pela ONU, e a importância da informação em eventos dessa grandeza.
Segundo o autor, o conflito em Kosovo serviu para mostrar a passagem de uma eletronic warfare (conflito militar eletrônico) para uma information warfare (conflito militar informacional), baseado em três princípios fundamentais: “a presença de satélites sobre os territórios, a transmissão em tempo real das informações colhidas e, finalmente, a capacidade de análise rápida dos dados transmitidos aos diversos estados-maiores”. (VIRILIO, p. 28).
Para ilustrar essa mudança, Virilio esmiúça as estratégias adotadas pelos Estados Unidos nessa guerra, apontando, além das diferenças em relação a outros conflitos, as conseqüências deste novo direcionamento. Além das informações do território captadas por satélites, os EUA bombardearam o inimigo com Bombas de Grafite, cujo principal objetivo era criar uma pane na geração de energia elétrica, levando à escuridão e ao isolamento informacional. O ataque à rede de televisão iugoslava é outro exemplo dessa information warfare, pois tirou a possibilidade do governo sérvio comunicar-se com sua população.
Sobre a Web, Virilio defende que a Internet desempenha “no domínio da informação, o mesmo papel que a interferência nas emissoras inimigas nas guerras mundiais anteriores”.E que a diferença entre informação (verdadeiro) e decepção (falso) torna-se cada dia mais apagada.
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