terça-feira, 25 de março de 2008

resumo da Renata Sant´Anna

Disciplina : Infoeducação:acessoa e apropriação de informação na contemporaneidade
1º. semestre 2008.
Prof. Dr. Edmir Perroti
Resumo de Renata Sant’Anna
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

Pierre Levy apresenta questões relativas ao surgimento e crescimento do ciberespaço, resultante do desejo dos jovens em experimentar novos meios de comunicação,bem como as transformações decorrentes desse novo meio de comunicação, nos planos econômicos, político, cultural e humano. Levy, aponta que a Internet, tem, potencialmente, características positivas, apesar de não ser a solução para “todos os problemas culturais e sociais do planeta” e de trazer desafios relacionados ao mau uso desse espaço de comunicação, afirmando que cabe à nós o reconhecimento das mudanças causadas por essa nova rede e a exploração de suas possibilidades.
O autor pede aos leitores que “permaneçam abertos, benevolentes, receptivos em relação à novidade” (Internet) e que pensemos criticamente sobre as “implicações culturais da cibercultura em todas as suas dimensões” (LEVY, 1999, p. 12), independentemente do seu uso comercial e do fato de que o acesso ainda seja restrito a poucos.
Segundo ele, ainda que restrito a poucos, o novo canal de comunicação,propicia a produção e difusão de saberes, troca de conhecimentos, organização de debates, cooperação entre diferentes nações e culturas, idades e sexo, construindo um fluxo infinito de informações e relações humanas alimentadas pelos seus usuários.
Esse fluxo infinito é nomeado pelo autor de “dilúvio informacional” (LEVY, 1999, p.14) e comparado ao dilúvio bíblico, fornecendo uma imagem de nossa nova condição de navegantes. Segundo Levy, não há como construirmos uma única arca diante de tal dilúvio. Não haverá um lugar onde essa arca repousará e o “dilúvio informacional jamais cessará.” (LEVY, 1999, p.14). Resta aos navegantes do ciberespaço, aceitar esse oceano digital de informações e a possibilidade de construir não apenas uma arca, como fez Noé, mas várias arcas com diferentes seleções.
Esse oceano de informações e as inúmeras possibilidades que esse infinito espaço de comunicação oferece, propiciam novas manifestações culturais baseadas em um “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas,de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (LEVY, 1999, p.XX).
Após introduzir suas definições de ciberespaço e cibercultura, Pierre Levy aborda as condições que esse novo espaço traz para o desenvolvimento humano e suas implicações culturais, defendendo a tese de que a Internet, a interconexão mundial de computadores, não é a solução para os problemas mundiais, mas uma ferramenta , uma mídia que, diferentemente do telefone, televisão, rádio, entre outras que ele situa como sendo uma produção “um para todos”, possibilita a interação “todos com todos”. O autor aponta como uma das diferenças entre os meios de comunicação anteriores e o ciberespaço, que este não é apenas um lugar de consumo de informações, mas de participação em um processo de “inteligência coletiva”. Inteligência coletiva definida como “uma inteligência variada, distribuída por todos os lugares, constantemente valorizada, colocada em sinergia em tempo real, que engendra uma mobilização otimizada das competências. Citando, ainda, o autor – “a finalidade da inteligência coletiva é colocar os recursos de grandes coletividades a serviço das pessoas e dos pequenos grupos.”
Diante desse fluxo do saber, proporcionado pela inteligência coletiva, o autor aponta as mudanças necessárias no processo de educação e formação oriundas dessa nova relação com o saber. Entre elas, a transformação do papel do professor, de fornecedor direto de conhecimentos para “animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos” (LEVY, 1999, p. 171). Trata-se , segundo o autor, de encontrar uma pedagogia que compreenda ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede.
Assim, o livro aponta as novas relações de produção e troca de saber e os aspectos positivos e negativos diante do desenvolvimento das tecnologias, suas implicações culturais, sociais e políticas. Apresenta um panorama bastante otimista dessas inovações e de suas possibilidades de transformação da humanidade, ainda que a grande maioria esteja desconectada não apenas do ciberespaço, mas de uma das ferramentas essenciais da condição de conhecer e produzir conhecimento: a palavra escrita.

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