Boa tarde!
Diretamente de Bertioga, envio os resumos dos livros citados!
LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, 34, 1999.
O autor delineia um painel da cibercultura, num ensaio dividido em 3 partes: Definições, Proposições e Problemas.
Em Definições, como o próprio nome indica, o autor define vários conceitos como ciberespaço, cibercultura, virtualidade (na filosofia, no senso comum e na informática), hipertexto (não é maravilhoso pensar na biblioteca como um hipertexto?), multimídia e multimodalismo, interatividade, tipos de navegação na world wide web (caçada e pilhagem).
Em Proposições o autor mostra e discute o conceito de universal sem totalidade (que permeia todo o livro) e o aplica nos movimentos sociais, nas artes, na nova relação com o saber (particularmente entristeci-me com o que ele afirma a respeito da importância capital do ensino básico e a situação que padecemos aqui) e a relação do ciberespaço com as cidades.
Em Problemas, o autor discute as diferentes críticas à cibercultura e busca responder as perguntas mais frequentes.
Pierre Levy define-se como um otimista em relação ao fenômeno da cibercultura, ressalta que ela não é boa nem má em si mesma, como fenômeno técnico-social ela reflete os interesses dos construtores e usuários. Ou seja, ela é vulnerável ao uso que os diferentes segmentos fazem dela.
Achei interessante ele citar Paulo Virilio e seu pessimismo quanto ao ciberespaço.
VIRILIO, Paulo. A estratégia da decepção. São Paulo, Estação Liberdade, 2000. 93p.
Nesta coletânea de 4 crônicas escritas em 1999 em que o autor analisa o conflito do Kosovo, pode-se destacar as novas formas de os Estados Unidos fazer guerra: desvencilhando-se da ONU e da OTAN, com ataques que cortam a energia elétrica e a transmissão de TV.
O autor denuncia o aparecimento da Guerra da Informação, que se fundamenta na presença permanente dos satélites sobre os territórios, a transmissão em tempo real das informações coletadas e a capacidade de análise rápida dos dados transmitidos.
Segundo o autor:
"Quando se tem consciência da importância estratégica dessa energia primordial nesta era de revolução da informação, compreende-se melhor a lógica desse ato de guerra que interrompe toda e qualquer comunicação... É a ingerência energética que renova totalmente a questão do bloqueio econômico... É exatamente isso a guerra da informação: o controle remoto da confusão, esse caos de opiniões que arremata o caos da destruição..."
O autor finaliza contando-nos a história da longa manipulação da opinião pública estadunidense, inclusive citando o National Security Decision Directive 75, política de propaganda norte-americana, que auxiliou no apoio da população estadunidense à intervenção do Kosovo.
Em sua consideração a Web, o autor cita Nicholas Negroponte, que diz "Com a liberação da informação na Web, o que mais falta é sentido, um contexto em que os internautas pudessem situar os fatos e distinguir o verdadeiro do falso". Segundo Virilio, a manipulação informacional daria este sentido.
sábado, 22 de março de 2008
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